terça-feira, 17 de outubro de 2006

Lula no Roda Viva

Assisti ao programa de ontem, que aqui em Niterói passa num canal chamado Passa Ponte, filiado à TV Cultura. Com perguntas claras e objetivas, os jornalistas colocaram na parede o candidato petista, cujas respostas foram em geral evasivas e exageradamente metafóricas.

Por exemplo, a velha questão do "sabia ou não sabia?". Ele respondeu que ser o presidente era como ser o técnico da seleção: "a gente convoca os jogadores e, se algum deles não corresponde ao esperado, a gente afasta da equipe". Mas a pergunta da jornalista não foi esta. Porque uma coisa é quando um membro do seu partido/equipe de governo é acusado de corrupção e outra completamente diferente é quando o sujeito é ainda seu amigo de décadas. Então, é difícil acreditar que o Lula não sabia de nada, porque não se trata de um escândalo envolvendo apenas "petistas", mas amigos íntimos do presidente.

Sobre o tal dossiê achei que ele se saiu relativamente bem. Mesmo porque não tem muito o que falar dessa história tão mal contada, os fatos têm que ser apurados pelas autoridades competentes.

Uma outra pergunta feita a ele foi sobre um assunto que eu desconhecia. Parece que o filho do Lula, que é dono de uma empresa de telecomunicações, conseguiu algum contrato com a Telemar. Não entendi essa conversa por não estar por dentro do assunto.

Achei muito interessante quando ele foi perguntado se havia feito um acordo com o Hálquimim para que não fossem feitas perguntas de caráter pessoal nos debates. Isso porque seria extremamente conveniente para ele jogar na cara do Xuxu coisas tipo escândalo da Daslu. Mas ele disse que "isso não tem acordo, vai pelo caráter de cada homem". Ponto pra ele.

Quando perguntado sobre a ausência da bandeira do PT em sua campanha, saiu-se muito bem. Talvez tenha sido seu melhor desempenho no programa, pena que sobre um assunto tão bobo. Respondeu que era complicado, porque se aparecesse bandeira do PT nas propagandas, teriam que aparecer também as bandeiras de todos os partidos da coligação. E completou dizendo: "Você quer ver bandeiras? Venha viajar comigo que você vai ver um mar de bandeiras nos meus comícios".

Foi perguntado sobre reforma política e não apresentou nada concreto. Foi perguntado sobre a questão do estabelecimento do voto distrital e disse que o voto distrital misto é uma "idéia simpática".

Educação. Falou dos investimentos que o governo fez nas universidades federais, das novas instituições criadas e das escolas técnicas federais. Aí o jornalista falou que o Brasil não investe pouco em educação, mas investe mal. Isso porque os ensinos fundamental e médio são da pior qualidade. Lula se enrolou todinho.

Por fim, a pergunta final do programa: o que você fará caso perca a eleição? Resposta: "vou para São Bernardo do Campo, ficar olhando a fábrica da Wolks para ver o entra e sai dos operários".

Domingão tem Geraldão no programa, que vai ao ar às 22h30. Não perco por nada.

Um comentário:

DebateBate disse...

Só achei ridículo que, antes de responder certas perguntas (geralmente as que o constrangiam), o Lula sempre dava um sorrizinho debochado, meio que ridicularizando a pergunta feita e também não gostei do seu convencimento ao responder o que ele faria caso não vencensse a eleição, dizendo que não perderia. Faltou modéstia ao ex-operário.

Agora quero ver o Chuchu domingo...

Obs.: Muito bem Aristides, mudou de assunto né? heheheh