quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Teoria da unificação (dos títulos futebolísticos nacionais)

E agora essa: "A CBF decidiu reconhecer os títulos da Taça Brasil e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa como conquistas nacionais, os equiparando ao Campeonato Brasileiro". Sinceramente, não entendi. Como assim, "reconhecer"? Esse títulos já não eram reconhecidos? Com essa decisão, fica parecendo que não. E isso distorce a história do futebol nacional.

Entre 1959 e 1970, os campeonatos em nível nacional eram a Taça Brasil, Torneio Roberto Gomes Pedrosa (vulgo Robertão) e Taça de Prata, não ocorrendo necessariamente de forma simultânea. A partir de 1971, o campeonato nacional evolui a partir dessas competições e surgiu o Campeonato Brasileiro.

Os times que venceram a Taça Brasil, são os campeões nacionais do ano. O mesmo valendo para o Robertão (porra, num tinha um nome PIOR pra dar pro campeonato não?). Assim, o Bahia é o campeão nacional de 1959, o Palmeiras de 1960, o Santos (de Pelé) entre 1961 e 1965, e assim por diante. Essa conquistas têm relevância e são reconhecidas por todos que se interessam por futebol como sendo as conquistas nacionais mais importantes da época.

Destarte, não só vejo total ausência de necessidade de "unificar" os títulos, como entendo a decisão como um grande erro. Não há necessidade de se reconhecer o que já era reconhecido. E o termo "equiparação" também é inútil neste caso pois está claro que a importância do título, colocando em contexto, já é a máxima possível.

Será que a questão é o nome do título? "Campeonato Brasileiro" é um nome mais bonito/importante/bacana que "Taça Brasil"? Bom, mais simpático que "Robertão", com certeza, mas a questão não é essa. Afinal de contas, o Cruzeiro não passará a ser bi-campeão do Campeonato Brasileiro. Ele continuará sendo campeão da Taça Brasil (1966) e campeão do Campeonato Brasileiro (2003), ou seja, bi-campeão nacional (estou deliberadamente excluindo a Copa do Brasil da análise, ok?). Nada muda!

E o pior são os torcedores, muitos deles com um alto grau de esclarecimento, COMEMORANDO o "reconhecimento" desses títulos como se só agora eles tivessem ganhado valor! Patético!

Sinceramente, não entendi essa jogada política da CBF. Talvez tenha algum interesse obscuro por trás (mas qual seria???). Ou talvez só mais uma arbitrariedade ridícula dessa confederação que mais parece um circo dando show de palhaçadas sem graça.





Pelos Flancos: aqui a palhaçadinha é zero.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010