quinta-feira, 20 de novembro de 2008

20 de novembro

Pois é, amigos do meu Brasil varonil... Hoje é o dia supra citado e a data é comemorada em todo o país, sendo feriado em mais de 300 cidades brasileiras (São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo). Mas... O que afinal se comemora neste dia? Seria a eclosão da Revolução Mexicana de 1910? A fundação do Vitória Futebol Clube, também em 1910? Ou a instituição do Ato Complementar #4 que criou o bipartidarimsmo no Brasil em 1964? Não? Então só pode ser a declaração universal dos direitos da criança em 1959, certo?

Errado!!!

No dia 20 de novembro comemora-se o fabuloso Dia da Consciência Negra! Mas por que 20 de novembro? Cito um trecho da Wikipedia para responder a essa pergunta:

A data foi escolhida por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695. Apesar das várias dúvidas levantadas quanto ao caráter de Zumbi nos últimos anos (comprovou-se, por exemplo, que ele mantinha escravos particulares) o Dia da Consciência Negra procura ser uma data para se lembrar a resistência do negro à escravidão de forma geral, desde o primeiro transporte forçado de africanos para o solo brasileiro (1594).

Então é isso: hoje é dia de comemorar a consciência negra. O que, na minha humilde opinião, é uma tremenda babaquice. "Que discriminação! Aristides, racista!!!" gritarão os mais exaltadinhos... Mas eu me defendo dizendo que não sou racista porque diria o mesmo se houvesse o dia da consciência caucasiana, o dia da consciência albina, o dia da consciência parda, o dia da consciência marrom bom-bom...

O que acontece é que o dia da consciência negra é só mais um sintoma de um mal maior que acomete esse nosso paisinho cocô: o problema das minorias coitadinhas. Porque aqui no Brasil é assim, cheio de coitadinhos, de oprimidos, de massacrados... Ô dó.

Veja você: velhos têm prioridade em filas de banco. Por que? Porque são velhos? Ora... Se o sujeito é velho demais para poder esperar numa fila, então não vá ao banco! Já passou da idade e agora é hora de mandar seu neto parar de jogar playstation e ir fazer um favor para o vovô! Retire-se desta análise, obviamente, a questão dos assentos preferenciais em transportes públicos, o que é extremamente razoável.

Mais um exemplo de movimento pelo direito de minorias oprimidas: dia do orgulho gay. Típica coisa de viado mesmo. Pra que essa merda? Por que você precisa gritar para o mundo a sua preferência sexual? E se ninguém estiver cagando para isso? Não existe o dia do orgulho hetero, existe? Heterossexuais não ficam reafirmando suas opções sexuais à revelia por aí, ficam?

Bem, mas voltando à questão "negra", temos um outro exemplo que gera uma distorção absurda: a questão de cotas para negros nas universidades públicas, o que já é fato em algumas delas. Isso não só gera racismo (porque aí se distingue negros de não-negros) como também elimina o critério mais justo para a admissão na instituição: o mérito acadêmico. O que acaba por acelerar ainda mais o processo de declínio da qualidade do ensino superior público no Brasil. Eu desafio alguém a me apresentar um único argumento razoável para defender a tese de que a quantidade de melanina na pele de uma pessoa deva determinar sua forma de ingresso numa universidade pública. Ou melhor, eu desafio alguém a me apresentar um critério técnico (ou seja, não-subjetivo) que seja capaz de dizer se um brasileiro é negro ou não-negro.

Moral da história: essa conversa de direitos de minorias oprimidas é uma carocha sem tamanho. Qualquer um pode começar um movimento pelos direitos de uma minoria oprimida qualquer, bastando para tal se identificar com alguma característica que o valha: pelos direitos das pessoas com uma orelha maior que a outra, direitos das pessoas que gostam de sorvete de beterraba, diretos das pessoas que torcem para o América-MG...




Pelos Flancos: a gente não fode com os negros.