terça-feira, 23 de janeiro de 2007

O Galo e a Raposa

Ao contrário do que o(a) leitor(a) assíduo(a) deste blog porco irá pensar ao ler o título deste post, não falaremos de futebol. O texto transcrito a seguir é uma adaptação de uma fábula de Esopo, retirado do livro organizado por Flávio Moreira da Costa, Os 100 melhores contos de humor da literatura universal. E como toda fábula, ao final temos a moral da história. Divirta-se. Ou não.



Na copa de uma elevada azinheira, um Galo dava ao vento seus cantares, como quem pede divertimento e um monte de conversa. Certa Raposa faminta, que não tinha inconveniente em almoçar carne com penas., chegou rapidamente ao local do concerto. Mas notando que o cantor estava num ponto alto demais, onde ela não poderia subir, disse-lhe assim:

Por que não desces para junto de mim, meu amigo? Trago-te boas notícias. Não lestes a última proclama, a que estabelece a paz e a concórdia entre as bestas e as aves? Acabou-se o tempo de nos caçar e devorar mutuamente: só o amor e a harmonia presidem agora os destinos do mundo. Desce, portanto, e falaremos de coisas tão gratas a nós.

O Galo, como quem não quer nada, quis antes de descer colocar a Raposa em prova, e por isso disse a ela:

-Vou, amiga, vou sim; mas espera só que cheguem aqui aqueles dois cachorros que estão correndo na nossa direção.

Ao ouvir isso a Raposa respondeu:

-Sinto muito por não poder esperar. Preciso seguir em frente!

-Mas por que vais tão cedo assim? - disse o Galo. - Por acaso está com medo dos cachorros? Mas não existe paz agora entre todos nós?

-Sim, mas acho que esses cachorros que estão vindo para cá não leram as proclamas.

E foi acabar de falar que a Raposa desapareceu sem mais delongas.



É preciso viver sempre prevenido. Nossos inimigos muitas vezes vão querer nos enganar com palavras enganosas.

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