terça-feira, 30 de outubro de 2007

(Huck x Rolex) + (Baleiro x Azevedo)

Essa história do rolex roubado do Luciano Huck já está rendendo além da conta. Aí o Zeca Baleiro escreveu na Folha, criticou o Reinaldo Azevedo e este respondeu, como sempre a seu modo singelo e delicado.

Aliás, essa é mesmo a única estratégia* que o Reinaldo é capaz de usar: pegar o seu "adversário" pelos pontos fracos pessoais para tentar derrubá-lo, ao invés de se concentrar em contra-argumentar em cima do que o cara falou.

"Huuummm: magricela, barbicha, cheio de "atitude", óculos escuros, queixo de Noel Rosa, ora com rabinho, ora sem rabinho, narigão..."

Não sou fã desse Zeca Baleiro, conheço (?) muito pouca coisa da música dele. Mas tenho certeza de que o cara não é um desses "É o Tchan" da vida, então se a música dele é boa ou ruim, é simplesmente uma questão de gosto. Na boa, o texto do "xará do Sarney" (que comparação babaca!) era um prato cheio para um direitista demagogo como o Reinaldo cair em cima. Acredito que um cara com a habilidade que o Reinaldo tem para escrever, poderia muito facilmente ter trucidado o Baleiro com argumentos lógicos simples. Mas ele sempre prefere o jogo sujo de apelar para a desmoralização pessoal do alvo da sua crítica. E isso é, no mínimo patético. Por isso que eu não gosto do xará do Reinaldo Batista Figueiredo.

Note-se que eu não opinei sobre o texto do Baleiro.


*do inglês, strategy; do italiano, strategia; do espanhol, estrategia...





A seguir, os textos de um e do outro. Abro aspas:


O rolo do Rolex - Zeca Baleiro
Por Zeca Baleiro 29/10/2007 às 15:06

NO INÍCIO do mês, o apresentador Luciano Huck escreveu um texto sobre o roubo de seu Rolex. O artigo gerou uma avalanche de cartas ao jornal, entre as quais uma escrita por mim. Não me considero um polemista, pelo menos não no sentido espetaculoso da palavra. Temo, por ser público, parecer alguém em busca de autopromoção, algo que abomino. Por outro lado, não arredo pé de uma boa discussão, o que sempre me parece salutar. Por isso resolvi aceitar o convite a expor minha opinião, já distorcida desde então.
Reconheço que minha carta, curta, grossa e escrita num instante emocionado, num impulso, não é um primor de clareza e sabia que corria o risco de interpretações toscas. Mas há momentos em que me parece necessário botar a boca no trombone, nem que seja para não poluir o fígado com rancores inúteis. Como uma provocação.
Foi o que fiz. Foi o que fez Huck, revoltado ao ver lesado seu patrimônio, sentimento, aliás, legítimo. Eu também reclamaria caso roubassem algo comprado com o suor do rosto. Reclamaria na mesa de bar, em família, na roda de amigos. Nunca num jornal .
Esse argumento, apesar de prosaico, é pra mim o xis da questão. Por que um cidadão vem a público mostrar sua revolta com a situação do país, alardeando senso de justiça social, só quando é roubado? Lançando mão de privilégio dado a personalidades, utiliza um espaço de debates políticos e adultos para reclamações pessoais (sim, não fez mais que isso), escorado em argumentos quase infantis, como "sou cidadão, pago meus impostos". Dias depois, Ferréz, um porta-voz da periferia, escreveu texto no mesmo espaço, "romanceando" o ocorrido. Foi acusado de glamourizar o roubo e de fazer apologia do crime.
Antes que me acusem de ressentido ou revanchista, friso que lamento a violência sofrida por Huck. Não tenho nada pessoalmente contra ele, de quem não sei muito. Considero-o um bom profissional, alguém dotado de certa sensibilidade para lidar com o grande público, o que por si só me parece admirável. À distância, sei de sua rápida ascensão na TV. É, portanto, o que os mitificadores gostam de chamar de "vencedor". Alguém que conquista seu espaço à custa de trabalho me parece digno de admiração.
E-mails de leitores que chegaram até mim (os mais brandos me chamavam de "marxista babaca" e "comunista de museu") revelam uma confusão terrível de conceitos (e preconceitos) e idéias mal formuladas (há raras exceções) e me fizeram reafirmar minha triste tese de botequim de que o pensamento do nosso tempo está embotado, e as pessoas, desarticuladas.
Vi dois pobres estereótipos serem fortemente reiterados. Os que espinafraram Huck eram "comunistas", "petistas", "fascistas". Os que o apoiavam eram "burgueses", "elite", palavra que desafortunadamente usei em minha carta. Elite é palavra perigosa e, de tão levianamente usada, esquecemos seu real sentido. Recorro ao "Houaiss": "Elite - 1. o que há de mais valorizado e de melhor qualidade, especialmente em um grupo social [este sentido não se aplica à grande maioria dos ricos brasileiros]; 2. minoria que detém o prestígio e o domínio sobre o grupo social [este, sim]".
A surpreendente repercussão do fato revela que a disparidade social é um calo no pé de nossa sociedade, para o qual não parece haver remédio -desfilaram intolerância e ódio à flor da pele, a destacar o espantoso texto de Reinaldo Azevedo, colunista da revista "Veja", notório reduto da ultradireita caricata, mas nem por isso menos perigosa. Amparado em uma hipócrita "consciência democrática", propõe vetar o direito à expressão (represália a Ferréz), uma das maiores conquistas do nosso ralo processo democrático. Não cabendo em si, dispara esta pérola: "Sem ela [a propriedade privada], estaríamos de tacape na mão, puxando as moças pelos cabelos". Confesso que me peguei a imaginar esse sr. de tacape em mãos, lutando por seu lugar à sombra sem o escudo de uma revista fascistóide. Os idiotas devem ter direito à expressão, sim, sr. Reinaldo. Seu texto é prova disso.
Igual direito de expressão foi dado a Huck e Ferréz. Do imbróglio, sobram-me duas parcas conclusões. A exclusão social não justifica a delinqüência ou o pendor ao crime, mas ninguém poderá negar que alguém sem direito à escola, que cresce num cenário de miséria e abandono, está mais vulnerável aos apelos da vida bandida. Por seu turno, pessoas públicas não são blindadas (seus carros podem ser) e estão sujeitas a roubos, violências ou à desaprovação de leitores, especialmente se cometem textos fúteis sobre questões tão críticas como essa ora em debate.
Por fim, devo dizer que sempre pensei a existência como algo muito mais complexo do que um mero embate entre ricos e pobres, esquerda e direita, conservadores e progressistas, excluídos e privilegiados. O tosco debate em torno do desabafo nervoso de Huck pôs novas pulgas na minha orelha. Ao que parece, desde as priscas eras, o problema do mundo é mesmo um só -uma luta de classes cruel e sem fim.


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"Cuspe de mosca, pão dormido, asa de barata torta "...
Reinaldo Azevedo.

Acordei mais cedo porque tinha alguns exames médicos a fazer. Ainda na cama, o seguinte diálogo com Dona Reinalda:
— Há um texto de um tal Zeca Baleiro, na Folha, que te ataca.
— Hein? O que é isso? O que é "zecabaleiro"?
— Reinaldão, Zeca — pausa — Baleiro.
— De bala de açúcar ou de bala de pistoleiro?
— Não sei, nunca ouvi falar do sujeito. A julgar pelo artigo, de pistoleiro.

Fui ao laboratório. Voltei. Peguei o jornal. Lá está o tal na seção Tendêncais/Debates. Isso, por si mesmo, poderia render um artigo na seção Tendências/Debates... A que ponto chegamos! O pé biográfico do rapaz informa: "José De Ribamar Coelho Santos, 41, o Zeca Baleiro, é cantor e compositor maranhense. Tem sete discos lançados, entre eles, ' Pet Shop Mundo Cão'". Ele também quer tirar o meu sangue.

Rompendo o meu jejum com café preto, penso: "Não sei quem está pior: eu ou a Folha. Eu poderia ser xingado por Chico Buarque, diabos! Diogo, ao menos, já foi mencionado por Caetano Veloso e Gilberto Gil. Pra mim, sobrou esse Ribamar aí!? A Folha, por sua vez, trata compositor como pensador..."

A pretexto de abordar a já bizantina polêmica "Luciano Huck/Ferréz" (convenham: está na hora de trocar de assalto...), dispara o baleiro: " (...) a destacar o espantoso texto de Reinaldo Azevedo, colunista da revista 'Veja', notório reduto da ultradireita caricata, mas nem por isso menos perigosa. Amparado em uma hipócrita 'consciência democrática', propõe vetar o direito à expressão (represália a Ferréz) (...) Não cabendo em si, dispara esta pérola: 'Sem ela [a propriedade privada], estaríamos de tacape na mão, puxando as moças pelos cabelos'. Confesso que me peguei a imaginar esse sr. de tacape em mãos, lutando por seu lugar à sombra sem o escudo de uma revista fascistóide. Os idiotas devem ter direito à expressão, sim, sr. Reinaldo. Seu texto é prova disso ." Ao fim de seu artigo, com a autoridade intelectual de um cantor e compositor, rouba o lugar no jornal que já foi de Marilena Chaui: "Ao que parece, desde as priscas eras, o problema do mundo é mesmo um só — uma luta de classes cruel e sem fim ."

Zeca Baleiro acha que "luta de classes" é luta mesmo, o confronto físico, porrada. Nada a estranhar. Os nossos intelectuais, tão lidos quanto ele, pensam o mesmo.
Esse "zecabaleiro" está descontente comigo porque sustentei e sustento que a imprensa não deve publicar textos que façam a apologia do crime, a exemplo daquele do tal Ferréz. O xará do Sarney anuncia em seu artigo de quase 5 mil toques (tive direito só a 4.500...) que ele tem uma tese. É esta: "O pensamento do nosso tempo está embotado, e as pessoas, desarticuladas". Uau! Quando um cantor do PMPB — O Partido da Música Popular Bandoleira — decide ir fundo na teoria marxista ou nos desvãos da filosofia, ninguém segura.

É evidente que não tenho nada a dizer a um cantor do PMPB de quem nunca tinha ouvido falar. Ele está me atacando, acho eu, para ganhar alguma notoriedade. Apenas uma correção que talvez o jornal pudesse tê-lo ajudado a fazer. Quem me convidou a escrever o artigo foi Otavio Frias Filho, diretor de redação do jornal. O convidado fui eu, não o "articulista da VEJA". Se o xará de Sarney quer atacar a revista, não deve usar aquele meu artigo como pretexto. Sobre "fascistóides", "extrema direita" e "ultradireita", ver o post seguinte. Adiante.

Fui tentar saber que cara tem esse meu adversário do PMPB. Lá vou eu: "Google Imagens". Huuummm: magricela, barbicha, cheio de "atitude", óculos escuros, queixo de Noel Rosa, ora com rabinho, ora sem rabinho, narigão... "Será mais um que pensa com o nariz?", vi-me obrigado a refletir. Quem vê cara não vê poesia, não é? E se lhe sobrou algo mais do que o queixo de Noel? Quem sabe algum talento. Google de novo. "Zeca Baleiro letras musica". Huuummm:

"eu quero ver
eu quero ver a serpente acordar
eu quero ver
eu quero ver a serpente acordar"

*
Eu digo
Calma alma minha
Calminha!
Ainda não é hora
De partir...

*
Desmaterializando a obra de arte do fim do milênio
Faço um quadro com moléculas de hidrogênio
Fios de pentelho de um velho armênio
Cuspe de mosca, pão dormido, asa de barata torta
*
Meu Amor, Meu Bem, Me Ame
Não vá prá Miami
Meu amor, meu bem me queira
Tô solto na buraqueira
Tô num buraco
Fraco como galinha d'angola...
*
baby deixa eu ser o teu lamartine babo
o teu sabonete phebo
serás o vinho que bebo
meu baião xote xaxado
meu maxixe meu quiabo

Sou obrigado a admitir que, em prosa, o Narigão é ligeiramente melhor do que em verso.






Pelos Flancos: é pro Fantástico?

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Doutores em Física!!!

Nunca serão...




Pelos Flancos: osso duro de roer.

Spams podem ser muito engraçados mesmo!

---------- Forwarded message ----------
From: darius chi-yao <kenneth@escortcorp.com>
Date: 24/10/2007 01:26
Subject: A small penis has one advantage - it requires less soap.

With Penis Enlarge Patch your penis will never be insulted again.
CHECK NOW!!!
It doesn't hurt women physically to have sex with a big penis, it hurts them emotionally to do it with a small one.





Pelos Flancos: tocando pra cacete.

domingo, 14 de outubro de 2007

Torcidas fanáticas

Videozinho muito legal que apresenta 10 espetaculosas torcidas de clubes de futebol ao redor mundo. Enjoy!


Thanx goes to Picinini.






Pelos Flancos: show de bola!

Resenha esportiva (muito, mas muito resumida)

Sufoco danado ontem, e vai ser assim até o final desse campeonato. Ano que vem é o centenário do Galo* e só Deus, que é atleticano, sabe como vai ser o ano festivo do nosso alvinegro.

O América-RN, tadin... só quicou na série A, à qual chegou somente na última rodada, devido ao generoso empate cedido pelo já campeão Galo, no Mineirão.

Saca os nomes dos jogadores potiguares que participaram do certame de ontem: Sérvulo; Ney Santos (Chiquinho), Rogélio, Carlos Eduardo e Berg; Marquinhos Mossoró, Reinaldo (Lano), Tony e Souza; Geovani e Wesley Brasília (Washington) . Não há erro de grafia em nenhum dos nomes listados, ok?

E por falar em América, hoje eu assisti na TV uma reportagem sobre o goleiro do Coelhão que está ingressando na carreira de modelo, com boas perspectivas de sucesso. Era só o que me faltava.

Existe modalidade mais tediosa de automobilismo do que a Stock Car?



* Ano que vem também é centenário do Cartola. E Cartola é Galo! "Temos o orgulho de ser os primeiros campeões" - Sala de Recepção.






Pelos Flancos: firme e forte.